A compra de um carro antigo é muito comparada por colecionadores à compra de uma obra de arte. Não que os carros antigos possam ser considerados investimentos, como ocorre com as obras de arte, uma vez que o mercado de "antigomobilismo" ainda não está bem desenvolvido no Brasil, dizem especialistas. Mas ambos os bens têm especificidades no processo de compra e venda e podem se valorizar e render lucros para seus proprietários.
Pesquisa do modelo e de preços:
Os carros antigos são normalmente comprados de três formas: por meio de vendas diretas, em leilões ou por importação. O primeiro passo para a compra é a pesquisa do modelo e do valor do carro. “Existem muitas opções de modelos porque a indústria automobilística é mais do que centenária, então a escolha do modelo é a primeira coisa a se fazer”, afirma Otávio Carvalho, presidente do Veteran Car Club de Minas Gerais.
Escolhido o modelo, o segundo passo é a pesquisa do valor de mercado do carro. Segundo Carvalho, os valores podem partir de 2.000 reais, por um carro já bem desgastado, mas o céu é o limite. “É importante consultar os principais vendedores de carros antigos, passar a frequentar exposições, eventos, ler publicações especializadas, sites estrangeiros e frequentar leilões. O leilão é o lugar certo para dizer o valor de qualquer objeto, porque ele mostra o preço que alguém esteve disposto a pagar por aquilo”, diz.
O presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), Henrique Thielmann, dá algumas dicas para quem quer entrar no mercado de coleção de carros antigos. “Para quem está começando, eu sugiro que compre um carro nacional, como um Opala, que tem um preço razoável e tem procura. É um carro que dá para vender sem grandes prejuízos. Outra dica é que o carro não deve ser comprado já se pensando em fazer restauração. E por fim, a compra não pode nunca ser baseada única e exclusivamente na emoção. É essencial procurar e pesquisar “, diz.
Ambos os especialistas recomendam também que o interessado em conhecer melhor o mercado participando, visitando encontros e conversando com veteranos e profissionais especializados em "antigomobilismo", que podem ajudar o comprador mais inexperiente a entrar no mercado.
FONTE: Revista Exame (Editora Abril)